O Sr. Perfeito Amor tem a cara branca de espuma, e aguarda em silêncio a aproximação dos dedos do barbeiro, para o ritual de escanhoamento. Estranhamente uma comichão anormal na zona do nariz fá-lo mexer com desconforto na cadeira. O reflexo da lâmpada brilhante na lâmina da navalha a aproximar-se coincide com uma impressão absurda na cara e leva-o a fechar os olhos. Quando os volta a abrir, com o grito do barbeiro, segue o olhar deste, espantado, até à porta, onde vê o seu próprio nariz fugir para a rua movimentada.
Este pesadelo do Sr. Perfeito Amor é o arranque para um dia invulgar em que descobre que perdeu o olfato, e, com ele, todos os cheiros do mundo, e, em particular, o delicioso cheiro a primavera da sua prometida Violeta. Desesperado pela enorme perda que sofreu, o Sr. Perfeito Amor procura descobrir as causas para a sua anosmia e, simultaneamente, encontrar uma solução, no que é surpreendido por duas personagens invulgares interessadas em resolver-lhe o problema, cada uma com os seus métodos particulares: a Ciência e o Teatro.
A competição entre a Ciência e o Teatro que se estabelece no palco, ultrapassa, em determinados momentos, os limites do bom senso, e termina com a vitória de um deles, que coloca então ao Sr. Perfeito Amor o maior dilema da sua vida.
+INFO
Estaleiro Teatral | Aveiro
24 a 27 de setembro de 2003
ESTREIA:
Coimbra | Museu dos Transportes
25 a 27 de março de 2003
REPOSIÇÃO:
Coimbra | Teatro Académico de Gil Vicente
13 e 14 de outubro de 2003
Folha de Sala
Inspirado no conto “O Nariz” de Gogol, este espetáculo prossegue o caminho de exploração de temas científicos no Teatro. Este espetáculo aborda o funcionamento e a importância do sentido do olfato e, em particular, da anosmia – ausência total ou parcial deste sentido.
Como noutros trabalhos que abordámos temas científicos procurámos um parceiro na área da Ciência que aceitasse o desafio de colaborar num projeto comum, neste caso foi o Exploratório Infante D. Henrique. O tema do espetáculo foi sugerido, precisamente, pelo Exploratório, que então preparava, no âmbito da Capital da Cultura, uma exposição sobre o nariz e o sentido do olfato. Daqui resultou o enredo de “O Nariz” onde, a propósito da perda do olfato de um homem, a Ciência interage com o Teatro e ambos descobrem a vida.
A estreia deste espetáculo integrou a programação de teatro de Coimbra Capital Nacional da Cultura e uma sua adaptação foi apresentada, em 2005, nas comemorações da Semana da Ciência e da Técnica, organizadas pelo Exploratório Infante D. Henrique.
Texto e Encenação Mário Montenegro
Discussão e Ideias Alexandre Lemos, Margarida Antunes de Sousa, Mário Montenegro, Nica Guerra, Pedro Andrade, Rui Capitão
Interpretação Alexandre Lemos, Mário Montenegro, Margarida Antunes de Sousa, Nica Guerra
Cenografia, Figurinos e Imagem Pedro Andrade
Desenho de Luz Pedro Machado
Banda Sonora Original e Sonoplastia Rui Capitão
Vídeo sal.
Fotografia de Cena Francisca Moreira
Efeitos Olfativos Mário Teixeira
Penteados Carlos Gago – Ilídio Design
Apoio
Câmara Municipal de Coimbra
CITAC
Ilídio Design
IPJ-Coimbra
MAFIA – Federação Cultural de Coimbra
Rádio universidade de Coimbra
TEUC
Agradecimentos
Ana Sofia Ribeiro, David Capitão, Maria João Feio, Mário Teixeira, Nuno Fareleira
- Produções
- O Nariz
- O Nariz (adaptação)
- O Nariz (reposição)
- Clipping
- "O Nariz" de Marionet [Diário de Coimbra]
- "O Nariz" pela Marionet [Aveiro34]
- Agenda Capital Nacional da Cultura - O Nariz [Diário de Coimbra]
- De Nariz perdido... [Diário As Beiras]
- Marionet traz o "Nariz" ao TAGV [Diário As Beiras]
- O nariz imperfeito do Sr. Perfeito Amor [Público]
- Teatro Efémero leva à cena O NARIZ [Hora H]